terça-feira, 29 de março de 2011

Todo o resto

Certo e errado são convenções que confirmam-se com meia dúzia de atitudes.
Certo e ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo e morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado e dar calote, rodar de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo??
Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoçoes. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita, inventamos musicas, amores e problemas e somos curiosos, queremos espiar pela fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.
O amor e certo, o ódio e errado e o resto e uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa história, caso viessem a publico. Todo o resto e o que nos assombra, as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais – a troco de que fomos tão bonzinhos? Há o certo, o errado e aquilo que nos da medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo e ser magro, bonito, rico e educado. O errado e ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com estes reducionismos, e nossa fome por idéias novas, e nosso rosto que se transforma com o tempo, e nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões.
Todo o resto e muito vasto. E nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e inocência que nos mantem vivas dentro de nós mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade e um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto e tudo aquilo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.
 
 
Ufffa, só a Marta Medeiros prá conseguir falar tão bem daquilo que todo o resto se ocupa em não deixar transparecer...
Se fosse fácil deixar todo o resto falar, ele não precisaria se ocultar em nomes não ditos, verdades não vistas, desejos não exercitados, pensamentos não revistos... O que somos afinal?
O que todo mundo vê, ou todo o resto?

DAR NÃO É FAZER AMOR

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado...
Luís Fernando Veríssimo

Esse texto é fabuloso... E vamos concordar que ele tem razão... Rsrsrsrs

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Poema Feminino

"Que mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade, Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca apertou
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone
Que ‘dele’ não lembra nem o nome? "

(Autor desconhecido)

KKKKKKKKKK

Amigas quando ví esse poema não só me identifique em vários momentos, mas também identifiquei cada uma de vocês, não sei se isso é bom, mas vale saber que podemos contar uma com as outras nesse vários "dramas" que passamos!

Bjus a todas!
Apesar do tema ser um, e a foto não ter relação direta com isso, eu não poderia deixar de fazer uma homenagem a um dos lugares mais lindos de Belém, e um dos finais de tarde mais inspiradores que se pode ter!

sábado, 11 de setembro de 2010

Montanha russa de emoções

Que engraçado, quando vou escrever normalmente a parte em que sinto mais dificuldade é o título, e imagina que dessa vez é diferente... Só consigo listar o título, talvez pela aplicabilidade dele nesse momento... rsrsrs
Mas vamos a frente tentar transcrever o que é esse sobe e desce de sensações diferentes, pois bem é assim mesmo que me sinto, transitanto entre várias sensações em curtos espaços de tempo e com muita intensidade... Que loucura!
Esses dias estão muito agitados, agora começo a ver a necessidade de dar alguns passos atrás prá ver melhor a paisagem, é como se essas sensações estivessem me levando de um lado pro outro me obrigando a sentir tudo o que esses lados podem me oferecer, e tendo absorver tudo sem filtros ou preparos prévios.
De fato não sei se a loucura do momento tá em mim, tá realmente no momento, ou tá a minha volta, talvez seja tudo isso junto, ou não... Acho que viajei um pouco, vou tentar evitar isso, prometo!
Á esses dias... Quanta coisa diferente, são segundas sem limites, sextas sem palavras, e sabados nublados... Ninguém disse que seria fácil (o meu amor disse isso), mas também ninguém disse que poderia ser tão dificil, por que é tão complicado ser simples???????????????
Realmente... não consegui parar de viajar, então me dispeço por aqui, não combrando o mínimo de entendimento do que foi escrito, já que nem de mim isso pode ser exigido nesse momento.

Até o próximo "momento não sei"!

domingo, 5 de setembro de 2010

Começo... Ou recomeço...

E lá vamos nós... confesso que não sei muito como realmente iniciar, hoje percebo que quando nos afastamos de algo por algum tempo, ou mesmo muito tempo, acabamos perdendo a prática, a intimidade, o jeito de como fazer, e com a escrita acaba sendo muito similar.
Por um longo período mantive agendas, diários, folhas de caderno... mantive qualquer coisa onde eu pudesse expressa um pouco do que eu sentia em determinados momentos, mas... as agendas foram se enxendo de compromissos e anotações do trabalho, da faculdade, das dividas(kkkk), os diários, hoje nem sei se ainda os vendem por aí, e as folhas de cadernos... a essas que os diga meus amigos de faculdade, nem as aulas eu levava... kkkk
Bom o que eu quero dizer é que com uma nova vida, você vai achando novas válvulas de escape, amigos, "choppinhos de sexta", amores, ou simplesmente o silêncio, e nessas opções você vai colocando, suas mágoas. medos, alegrias, tristezas, momentos de solidão ou de nostalgia.
Hoje volto a escrever, ou pelo menos tento... sem ainda saber muito bem como dizer o que eu quero dizer, mas a minha esperança é que com o tempo as coisas melhore... kkkk

Ps. 1: Essa primeira postagem eu dedico a Pretinha, não só pela grande ajuda em criar esse espaço, mas por também ser uma dessas válvulas de escape quando só escrever não seria o bastante.

Ps. 2: Na verdade eu acho que ela criou esse espaço aqui porque justamente não aguentava mais ouvir as minhas lamurias... kkkk

Bjus a todos e até a próxima!!!